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PALOCCI, UM GRANDE FILHO DA PUTA.


Todos que jogam ou jogaram futebol, bem como aqueles apaixonados que frequentam as arquibancadas para torcer pelo seu time do coração ouvem e, por certo, já proferiram a libertadora expressão “filho da puta” ou, com mais esmero, “filho de uma puta”, dentre outros palavrões de caráter igualmente libertador.

E todos sabem que tal expressão tem semântica própria, pois ninguém que refere à mãe daquele a quem direcionamos qualquer dos necessários palavrões.

O adequado uso de palavrões representa síntese e expressa indignação diante de um erro inescusável do Juiz ou de um dos jogadores de qualquer dos times, há, portanto, uma dialética nos palavrões e isso merece atenção. Ou seja, é há uma dialética do palavrão.

Na literatura também encontramos o uso de palavrões. Entre os escritores mais lidos da literatura brasileira, o romancista baiano Jorge Amado (1912-2001) é um dos que mais usa o palavrão em sua vasta obra literária. E falando em romances, Amado não é o único intelectual que tem lugar garantido em cada letra do alfabeto. José Lins do Rego (1901-1957), Gilberto Freyre (1900-1987) e Oswald de Andrade (1890-1954), por exemplo, também figuram entre os "bocas-sujas" letrados.

Na poesia encontramos o uso do palavrão. Enquanto alguns poetas procuraram fazer dos seus poemas grandes manifestações dos sentimentos através de uma linguagem esteticamente bonita e apreciável, outros não pouparam ofensas, palavrões e descrições impróprias para fazer dos seus os mais obscenos.

Por quê? Porque há uma inegável dialética do palavrão que não pode ser ignorada; porque dialética é uma palavra com origem no termo em grego dialektiké e significa a arte do diálogo, a arte de debater, de persuadir, raciocinar ou comunicar. No processo dialético há um debate onde há ideias diferentes, onde um posicionamento é defendido e contraditado logo depois. Para os gregos, dialética era separar fatos, dividir as ideias para poder debatê-las com mais clareza. Não há nada mais claro que um palavrão bem colocado, com a entonação adequada e com firmeza.

Se dialética também é uma maneira de filosofar, e seu conceito foi debatido ao longo de décadas por diversos filósofos, como Sócrates, Platão, Aristóteles, Hegel, Marx, e outros o uso adequado do palavrão, algumas vezes, é a síntese da reflexão filosófica, pois a dialética é o poder de argumentação e ele [o poder de argumentação] pode ser utilizado em um sentido pejorativo, como um uso exagerado de sutilezas. 
O processo dialético consiste em uma forma de filosofar que pretende chegar à verdade através da contraposição e reconciliação de contradições. A dialética propõe um método de pensamento que é baseado nas contradições entre a unidade e multiplicidade, o singular e o universal e o movimento da imobilidade.
O “Palavrão é tido como um grupo de palavras que são consideradas, em meio à sociedade, como vulgares e desnecessárias, mas não é apenas isso... Podem ser utilizadas para definir exageros, para xingamentos, é verdade, mas podem [e devem] ser empregado para expressar raiva ou, como síntese um processo dialético, definir o outro, sua ação ou pensamento.

Tomando os dois conceitos [dialética e palavrão] e a ideia da Dialética do palavrão, após reflexão serena é possível definir Antonio Palocci e sua atitude como típica de um grande Filho de uma Puta.
Ele errou, traiu e apresentou-se nu diante de todos, apresentou-se como o que é um filho de uma puta sem ideais, sem sonhos, sem ideologia; um filho de uma puta de um traidor, mentiroso, covarde que cedeu à tortura do imparcial de Curitiba e ao Estado de Exceção [quando deveria denunciar], revelou-se um indigno de merda é, em síntese, um grande filho de uma puta.

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