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MORO COLOCOU FOGO NO BRASIL.

Ninguém tem o direito de colocar fogo no país, por isso o ex-presidente da OAB, advogado Marcelo Lavanére, prepara representação judicial contra Sérgio Moro; o Conselho Federal da OAB, a PGR e outras instituições devem tomar o mesmo caminho.


Por quê?

Porque Moro agiu ilegalmente, agiu como um irresponsável, agiu como um terrorista fanático. Ao levantar o sigilo da 24º Operação da Lava-Jato e possibilitar a divulgação de gravações de conversas de Lula no final da tarde de ontem colocou fogo no Brasil, portou-se como uma espécie de Nero contemporâneo, portou-se de forma arbitrária e tirânica.

Porque Moro agiu como um irresponsável, como um tirano, pois a gravação entre a presidente Dilma Rousseff e Lula teria sido realizada pela Polícia Federal duas horas depois de o juiz Sergio Moro ter determinado o fim das interceptações contra Lula.?

Se Moro não tinha mais competência para nada por que decidiu levantar o sigilo e divulgá-las à imprensa? Má-fé?

Moro levantou o sigilo e enviou o furo “em primeira mão” aos propagandistas do golpe porque eles sabem que Lula é capaz de pacificar o país e reequilibrar as relações, tensas, entre os poderes da república.

A arbitrariedade está na divulgação em si, pois envolve a Presidente da República, Ministros de Estado e torna evidente que Moro pode não estar a prestar jurisdição adequada nesse caso, não agiu da forma que se espera de um magistrado, não agiu com prudência, mas atuou desde o inicio politicamente para criar e manter o país sob tensão.

Penso que, a atuação do Moro nesse fato, em consórcio com parcela da imprensa, é reveladora do mau-caratismo, o que constrange o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o STF, atuação que revela que o golpe segue um roteiro e um método:

1.       JUDICIALIZAÇÃO DA POLTICA
2.       POLITIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO
3.       ESPETACULARIZAÇÃO PELA MIDIA DOS FATOS POLITICOS JUDICIALIZADOS
4.       CRIMINALIZAÇÃO DOS ADVERSÁRIO E DA POLITICA e
5.       GOLPE PELO JUDICIÁRIO

Moro portou-se como um criminoso, como um aloprado e a História a de revelar e registrar dessa forma, o tempo vai acalmar os ânimos e o viés claramente golpista ficará claro, muito claro. Ninguém tem o direito de colocar fogo no país.

E há outros aspectos. Penso que o grampo em si pode ser ilegal e é, em tese, uma prova ilegal, nos termos da Constituição e da Lei 9296/96.

Faltou prudência e boa fé a Moro que transformou isso em espetáculo midiático. A divulgação das gravações como tragédia, em tom de “revelação de um crime grave” é na realidade uma farsa e acirra a luta política e o indesejado ambiente de ódio. Moro apresentou também a sua face de cínico ou de imbecil.

Outro crime a ser investigado é a atuação de concessionária de serviço público, que usou seus telejornais para fomentar ódio, insistentemente afirmar uma interpretação histérica, maldosa e parcial em relação ao conteúdo dos grampos e incitar a população a ir às ruas. A tal concessionária, que já premiou o aloprado Moro foi a primeira a receber o grampo ilegal contra a presidente Dilma Rousseff divulgado pelo juiz Sergio Moro confirmando suspeitas de relação espúria entre o juiz e essa concessionária.

O ódio e a intolerância nos conflitos de ontem causaram a ciclistas e um casal agressões, eles foram agredidos porque tinham a “aparência de petistas”. Aparência? Os neofascistas ressuscitam Lombrozo?

Será que Moro e a concessionária desejam o fim da possibilidade de pacificação do país pela Política? Por quê? Quem são seus senhores? A que interesse eles atendem?


Penso que temos que nos posicionar com serenidade, clareza e firmeza contra arbitrariedades como essas praticadas por Moro e por parte da imprensa e dia 18 temos de ir às ruas para mostrar o que democratas e os defensores do Estado democrático de Direito desejam e como vêem esses fatos.

Temos de reaver a bandeira do Brasil e o Hino Nacional como símbolos de um país democrata, esses símbolos que estão sendo usados indevidamente por setores autoritários e antidemocráticos.

Comentários

  1. Olá. Gosto muito do seu blog e de suas ideias mas, acreditar que esse presidente da OAB, possa tomar alguma decisão que favoreça ao país e ao governo não é possível aceitar. Uma pergunta? a OAB faz parte do Congresso? Quem é, exatamente, a OAB? Infelizmente há um número grande de juristas que não honram seus compromissos.

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  2. Vc tem razão.
    A OAB afastasse de sua função republicana e torna-se cada vez mais palco para promoção pessoal de seus dirigentes e para manejo politico-partidário.

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