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Temo pela vida de José Dirceu.

Temo pela vida de José Dirceu. 
Essa gente levou Getúlio ao suicídio e, provavelmente, deu fim à vida de JK, JANGO e Carlos Lacerda, dentre outros tantos daquela geração.
As elites nacionais querem manter seus privilégios e para isso foram e ainda são capazes de barbaridades. Temos, sabidamente, elites econômicas e intelectuais das mais atrasadas do mundo, mais interessadas em defender privilégios do que garantir direitos para todos.
Quando falo em “elite nacional” falo dos “setores conservadores”, aos mesmos setores que no passado "colaram" em Getúlio Vargas, JK, João Goulart o rotulo de "corrupto" para, logo depois, darem golpes na democracia e tomarem. Esse é o jogo da elite: o golpe.
Talvez essa elite, de DNA golpista, e seus interlocutores estejam irritados e se reúnam porque o governo brasileiro distribui renda, como no sistema escandinavo, a fim de sustentar um ainda tímido, mas necessário, “welfare state”, como fez Lula e faz Dilma com o Bolsa-Família. É contra políticas públicas como essas que reúnem-se banqueiros, industriais, latifundiários, políticos, alguns jornalistas e inocentes úteis.
Elas nunca se reconciliaram com o povo, ao contrário, negam suas conquistas (vide o recente movimento contra os direitos conquistados, após séculos, pelas empregadas domésticas), não se constrangem em arrasar vidas e famílias. Parecem afirmar que lugar de povo é na periferia, único lugar que continuam achando que lhe pertence.
A esquerda e Lula vem desta periferia, mas ao contrário das elites chegaram democraticamente ao centro do poder e isso eles jamais toleraram, não conseguem digerir este dado inapagável. Lula Presidente  representa uma virada de magnitude histórica. Mas continuam conspirando, especialmente, através de uma mídia corrupta e corruptora e dos seus tais especialistas... Essa gente quer o povo fora do poder e para isso é necessário liquidar com seus líderes.
Seu conservadorismo é crônico, não quererem mudar nada, alguém disse que ela [a elite] internalizou a dialética do senhor e do servo. Negam a coragem de um Presidente que mostrou devolveu a auto-estima ao país e a autonomia e que foi decisivo para o futuro ecológico e econômico do mundo, quando deveria estar orgulhosa dos movimentos civilizatórios, racialmente ecumênico e pacífico, que o mundo reconhece, pois querem um Brasil menor do que eles para continuarem a ter vantagens.
Por isso repito: temo pela vida de José Dirceu, pois essa gente levou Getúlio ao suicídio e, provavelmente, deu fim à vida de JK, JANGO e Carlos Lacerda, dentre outros tantos daquela geração.
Não é demais lembrar que em 1955 JK candidatou-se para suceder Vargas, e elegeu-se em três de outubro de 1955 tomando posse em 1956. Mas JK teve de lidar com o ódio que a UDN - União Democrática Nacional endereçara a Vargas.
Como Lula o médico Juscelino, que fora um simples telegrafista e oficial da Força Pública de Minas, que provinha da “low middle class”, filho de uma simples professora e de um caixeiro-viajante morto aos 33 anos (que não pertencia à velha aristocracia remanescente do Império, que a UDN representava) teve a ousadia de vencer as eleições. O metalúrgico e sindicalista com mais evidência não pertence à classe representada por esse grupo e é depositário daquele mesmo ódio.
Então teve inicio uma campanha para “colar” em JK o rótulo de corrupto, como fizeram com Getúlio e depois com João Goulart e agora com Lula... Não sou eu a dizer, é a História.
O “corrupto” Juscelino sofreu todas as perseguições conhecidas. Foi humilhado por interrogatório movido por oficiais inferiores. Reproduziu-se com JK, o que pretenderam os golpistas contra Getúlio, ao instaurar Inquérito Policial Militar em uma dependência da Força Aérea: a fim de interrogá-lo, julgar e condenar o Presidente - também sob o pretexto da corrupção – com o aplauso da UDN.
Essa gente levou Getúlio ao suicídio, apoiou o golpe militar que cassou e provavelmente matou JK e João Goulart. Pretendem fazer o mesmo com Lula?

É nesse contexto que deve ser compreendida a AP 470 que tramitou no STF, um processo que caminha para o fim como começou: inovando – e violando – garantias individuais asseguradas pela Constituição e pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário. Anotem e me cobrem.

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